Descrição
Esta obra pretende divulgar para um público mais amplo as questões que envolveram a escravidão no país, bem como sua repercussão na vida político-partidária do Segundo Reinado. Está dividida em três partes: “O tráfico” (seis capítulos), “A lei do ventre livre” (dois capítulos) e “Abolição” (sete capítulos).
“Condensei alguns trabalhos anteriores, tendo o intuito de oferecer a visão retrospectiva de um regime social-econômico que atravessou três séculos, findando sob os olhos da geração contemporânea do advento da República
“Essa geração ainda assistiu às últimas resistências daquele regímen contra os esforços dos seus demolidores. Mas, àquela época, não havia serenidade para bem julgar a lamentável instituição. Dominavam paixões e prevenções, dia a dia exacerbadas pelos atos da intensa reação com que a autoridade pública pretendia evitar o inevitável.
“Tinha a porfiosa contenda operado, repetidamente, desde 1871, várias cisões no seio dos dois partidos monárquicos, forçando a maioria de um deles a repudiar, quando no poder, o que prometera em celebrado programa.
“Na realidade, sempre que se tratava do Cativeiro, desapareciam os rótulos de liberais e conservadores, surgindo a separação entre os que eram favoráveis e os que eram contrários ao regímen escravocrático. Outrossim, de ano para ano, verificavam-se mutações à vista, que só espantavam a quem não sabia que, em política, os acontecimentos conduzem mais do que são conduzidos…
“Não há, portanto, motivo para se ficar maravilhado – por exemplo – diante da passagem de Rodrigo Silva do ministério presidido pelo barão de Cotegipe para o ministério chefiado por João Alfredo, aquele reacionariamente escravocrático, este declaradamente abolicionista. Logicamente, não causará pasmo tenha sido Rodrigo Silva quem, ministro da Agricultura, haja apresentado à Câmara o projeto da Lei Áurea.
“Foi esta uma das mais expressivas lições de coisas políticas, no meio das muitas que deparamos, ao estudar o período decorrente entre as duas datas máximas – 28 de setembro de 1871 [Lei do Ventre Livre] e 13 de maio de 1888”.
Evaristo de Moraes
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