Os africanos no Brasil

R$20,00

de Nina Rodrigues

Formato: 10 x 19 cm
Páginas:
414
ISBN: 978-85-8325-034-0
Peso: 390 g
Ano: 2015

“O historiador estadunidense Skidmore localizou a criação do Brasil ‘moderno’ entre 1870 e 1910 em sua Uma história do Brasil (Paz e Terra, 2003), ‘modernidade’ iniciada 47 anos depois da independência (1823), 110 anos depois da expulsão dos Jesuítas da Colônia (1760) e afirmação da educação laica; colado nas extinções da escravização Africana e monarquia. Isolado do Planeta até 1808, obrigado a produzir açúcar, algodão, fumo, ouro para a Europa desde sua mais tenra infância, sem modelos a seguir, proibido de pensar, imprimir livros e jornais até o século 19, o Brasil contemporâneo ainda é uma interrogação. A independência no século XIX encontrou o Império português pouco mais evoluído que a Colônia portuguesa do século XVI. Por isso, o modelo de pensamento e comportamento foi a Europa, suas academias, seus salões, seus institutos, ainda que tudo fosse ridículo em território brasileiro, como a eugenia que propôs ao Brasil o branqueamento de sua população mestiça e negra. A elite brasileira, que nunca resolve suas gravíssimas questões políticas e sociais, que não resolveu a questão da escravatura em nenhuma das leis para inglês ver, anteriores a 1888, achou que os Africanos tinham encerrado seus trabalhos de construção da pátria e podiam ser dispensados.

A pesquisa e criação deste livro aconteceram no momento de branquear a população com políticas de extinção dos elementos ‘inferiores’, mesclando-os aos imigrantes escolhidos. Em 1890, o governo provisório liberou a entrada de imigrantes com capacidade de trabalhar; sem processos por crime desde que não fossem nativos da África ou da Ásia. Toda a política de branqueamento partia do pressuposto europeu de que a raça branca era superior às demais. ‘Os Africanos no Brasil‘, talvez a obra mais importante de Nina Rodrigues, foi pesquisada durante 15 anos, de 1890 a 1905, com os últimos africanos trazidos compulsoriamente ao País, e pertence ao período de criação do Brasil ‘moderno’. Nina morreu em 1906 com o livro impresso até a página 280, e seus discípulos assumiram a tarefa de publicá-lo. Um deles morreu antes da publicação, e fomentou uma daquelas maldições que assustam a Bahia mística de caveiras de burro e coisas assim. Finalmente, a obra foi publicada em 1932, como um resgate insuperável dos últimos momentos de um sistema moribundo”. Aninha Franco, coordenadora da coleção

A coleção A/C Brasil – AutoConhecimento Brasil, pretende diminuir as lacunas editoriais nas áreas das ciências humanas e sociais, através de publicações consideradas como obras fundamentais para o conhecimento da formação do povo brasileiro.

Nina Rodrigues

Clínico, professor, escritor, dietólogo,”tropicalista”, sexologista, legista, higienista, antropólogo, biógrafo, epidemiologista, etnólogo, Nina Rodrigues foi um homem múltiplo. Nasceu em 1862, em Vargem Grande – MA, e faleceu em julho de 1906, em Paris. Com o resultados de seus estudos propôs uma reformulação no conceito de responsabilidade penal, sugeriu a reforma dos exames médico-legais e foi pioneiro da assistência médico-legal a doentes mentais, além de defender a aplicação da perícia psiquiátrica não apenas nos manicômios, mas também nos tribunais. Também analisou em profundidade os problemas do negro no Brasil.

“O animismo fetichista dos negros baianos” (1900) é um de seus livros de destaque. O Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), o mais antigo dos quatro órgãos que compõem a estrutura do Departamento de Polícia Técnica da Bahia, foi criado (1906) pelo Prof. Oscar Freire e intitulado Nina Rodrigues pela Congregação da Faculdade de Medicina da Bahia, em homenagem ao famoso professor catedrático de Medicina-Legal, falecido naquele mesmo ano, aos 44 anos de idade.

“Combatido por seus pares, os médicos, e por intelectuais seus contemporâneos, como Manuel Querino (1851-1923), que também esclareceu a contribuição africana à Sociedade Brasileira. Em Tenda dos Milagres (Jorge Amado, 1968), Pedro Arcanjo, Querino, desmoraliza Nilo Argolo, Nina, por conta de suas “teses racistas”.

Descrição

“O historiador estadunidense Skidmore localizou a criação do Brasil ‘moderno’ entre 1870 e 1910 em sua Uma história do Brasil (Paz e Terra, 2003), ‘modernidade’ iniciada 47 anos depois da independência (1823), 110 anos depois da expulsão dos Jesuítas da Colônia (1760) e afirmação da educação laica; colado nas extinções da escravização Africana e monarquia. Isolado do Planeta até 1808, obrigado a produzir açúcar, algodão, fumo, ouro para a Europa desde sua mais tenra infância, sem modelos a seguir, proibido de pensar, imprimir livros e jornais até o século 19, o Brasil contemporâneo ainda é uma interrogação. A independência no século XIX encontrou o Império português pouco mais evoluído que a Colônia portuguesa do século XVI. Por isso, o modelo de pensamento e comportamento foi a Europa, suas academias, seus salões, seus institutos, ainda que tudo fosse ridículo em território brasileiro, como a eugenia que propôs ao Brasil o branqueamento de sua população mestiça e negra. A elite brasileira, que nunca resolve suas gravíssimas questões políticas e sociais, que não resolveu a questão da escravatura em nenhuma das leis para inglês ver, anteriores a 1888, achou que os Africanos tinham encerrado seus trabalhos de construção da pátria e podiam ser dispensados.

A pesquisa e criação deste livro aconteceram no momento de branquear a população com políticas de extinção dos elementos ‘inferiores’, mesclando-os aos imigrantes escolhidos. Em 1890, o governo provisório liberou a entrada de imigrantes com capacidade de trabalhar; sem processos por crime desde que não fossem nativos da África ou da Ásia. Toda a política de branqueamento partia do pressuposto europeu de que a raça branca era superior às demais. ‘Os Africanos no Brasil‘, talvez a obra mais importante de Nina Rodrigues, foi pesquisada durante 15 anos, de 1890 a 1905, com os últimos africanos trazidos compulsoriamente ao País, e pertence ao período de criação do Brasil ‘moderno’. Nina morreu em 1906 com o livro impresso até a página 280, e seus discípulos assumiram a tarefa de publicá-lo. Um deles morreu antes da publicação, e fomentou uma daquelas maldições que assustam a Bahia mística de caveiras de burro e coisas assim. Finalmente, a obra foi publicada em 1932, como um resgate insuperável dos últimos momentos de um sistema moribundo”. Aninha Franco, coordenadora da coleção

A coleção A/C Brasil – AutoConhecimento Brasil, pretende diminuir as lacunas editoriais nas áreas das ciências humanas e sociais, através de publicações consideradas como obras fundamentais para o conhecimento da formação do povo brasileiro.

Informação adicional

Peso 0.390 kg
Dimensões 2.5 × 10 × 19 cm

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