Gabriel Soares de Sousa

Gabriel Soares de Souza (1540-1591), português de Ribatejo, chegou no Brasil entre 1565 e 1569, foi colono agrícola, evoluiu a senhor de engenho e, rico, fez-se vereador da Câmara de Salvador e Homem Bom e Honesto, título de nobreza dos bem-sucedidos na Colônia.

Em 1584, viajou a Madri – então administrando a Coroa Portuguesa – e pediu autorização para explorar minas, empreitada que seu irmão começou e faleceu sem terminar. Como os funcionários da Corte Espanhola e Portuguesa ignoravam o conteúdo Brasil, Gabriel escreveu este Tratado para explicá-lo.

Costumes Tupinambás, Tapuias, Potiguares, o que comiam, pescavam e caçavam; como combatiam e enterravam seus mortos; as canoas e jangadas; as culturas da mandioca e milho, a Ilha de Boipeba; o Upupiara, meio bicho, meio peixe, que emergia das profundezas dos rios do Recôncavo e abocanhava os desavisados nas margens; a luta dos portugueses para controlar toda essa loucura e mais, muito mais.

Obtidas as concessões e os favores requeridos, Gabriel foi nomeado capitão-mor e governador dos territórios conquistados e minas descobertas e, em 1591, voltou ao Brasil com uma expedição de 360 colonos e quatro frades para fazer a bandeira. Saíram do Recôncavo pelas margens do Paraguaçu, chegaram ao São Francisco, desafiaram febres, pragas, cobras, fundaram arraiais pelo caminho, até que sucumbiram, Gabriel e Aracy, seu índio guia, encerrando a expedição. Mas este Tratado, um dos primeiros olhares sobre o território desconhecido, ficou e foi muito usado por historiadores – inclusive Frei Vicente –, antes de publicado por Adolfo de Varnhagen, em 1851, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

Evaristo de Morais

Antônio Evaristo de Morais (1871-1939) nasceu e viveu no Rio de Janeiro, cidadão exemplar de um Brasil que ainda não ficou pronto.  Elaborou o Partido Operário em 1890, primeiro de caráter socialista do Brasil; e o Partido Socialista, partícipe da Segunda Internacional, defendendo a tese, em sua criação, de que os intelectuais de esquerda devem ser aliados da classe operária.

Em 1908, instaurou, com outros, a Associação Brasileira de Imprensa (1908), que ainda hoje presta bons serviços ao País. Rábula durante 23 anos, aos 45 formou-se em Direito e, no exercício da profissão, defendeu Dilermando, o assassino de Euclides da Cunha, e o absolveu por legítima defesa; e os marinheiros da Revolta da Chibata, inclusive seu líder, João Cândido Felisberto, o “Almirante Negro”.

Liderou a campanha por suas anistias, depois que os rebeldes se entregaram com a promessa, jamais cumprida pelo governo brasileiro, de não castigá-los. E, graças à sua intensa movimentação em torno dos direitos e dos direitos trabalhistas numa República jovem, recém-saída do sistema escravista, integrou o Ministério do Trabalho criado por Getúlio Vargas, colaborando com a criação da CLT. Escreveu este livro (1933) para explicar a escravização humana de longa duração no Brasil. E, se vivo estivesse, festejaria sua participação neste projeto.

Aninha Franco, coordenadora da Coleção AutoConhecimento Brasil

Luiz Antônio de Oliveira Mendes

Luiz Antônio de Oliveira Mendes, bacharel formado em Leis pela Universidade de Coimbra, foi advogado da Casa da Suplicação e sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa. Nasceu e faleceu na Bahia e, reza a lenda, morava na bela casa onde hoje está instalada a Casa de Angola.

Otto Freitas

Otto Freitas, baiano de Salvador, é jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, em 1980. Teve atuação ativa na imprensa baiana desde 1973. Ocupou vários cargos na Tribuna da Bahia, Diário de Notícias e revista de turismo Viver Bahia; foi repórter freelancer das sucursais do Estado de São Paulo e O Globo; chefe de reportagem da TV Bahia/Globo; e redator-chefe do Bahia Hoje, primeiro jornal informatizado na Bahia.

Manuel de Santa Maria Itaparica

Manuel de Santa Maria Itaparica nasceu em 1704, na Ilha de Itaparica, Bahia. Aos 16 anos de idade ingressou na Ordem Seráfica de São Francisco, no convento de Paraguaçu, tendo se destacado como pregador. A sua obra poética conhecida e considerada na sua totalidade acha-se compendiada no volume publicado em Lisboa no ano de 1769 sob o título de “Eustáquidos”, poema sacro e trágico-cômico. Em apêndice a esse volume figura o poema intitulado “Descrição da Ilha de Itaparica”. Apesar de não haver uma exatidão quanto ao ano de seu falecimento, alguns historiadores da literatura brasileira consideram a data de 1789.

Castro Alves

Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, na fazenda Cabaceiras, Curralinho, às margens do rio Paraguaçu, hoje cidade Castro Alves, pertencente à comarca de Cachoeira, hoje Muritiba, na Bahia.

Teve em 1870 seu único livro editado em vida: “Espumas Flutuantes”. Sua obra foi postumamente reunida na edição “Obras Completas”, em 1921, organizada por Afrânio Peixoto: “Espumas Flutuantes”, “Hino ao Equador”,” Os Escravos” (onde temos “A Cachoeira de Paulo Afonso”, impressa separadamente em 1876), “Gonzaga ou A revolução de Minas”, “Relíquias” (ensaios em prosa) e “Correspondência”. Faleceu em 6 de julho de 1871, em Salvador.

Junqueira Freire

Nascido na cidade de Salvador em 31 de dezembro de 1832, Luís José Junqueira Freire estudou no Liceu Provincial, onde cursou Humanidades. Com o nome de Frei Luís de Santa Escolástica, Junqueira Freire ingressou na Ordem Beneditina em 1851. Já sendo portador de uma grave hipertrofia do coração desde a infância, em 24 de junho de 1855, Junqueira Freire morreu na Bahia. A sua obra, participante da segunda geração romântica, é constituída pelos livros: “Inspirações do Claustro” (1885), “Contradições Poéticas” (s.d.) e “Elementos de Retórica Nacional” (1869).

Lindolfo Rocha

Lindolfo Rocha é um dos precursores do romance regionalista moderno no Brasil. Publicou “Tragédia na selva”, poema abolicionista (Bahia, 1886); “Bromélias”, poesias (Bahia, 1887); “Iacina – Dispersão dos Maracairas”, romance (Bahia, 1907); “Maria Dusá” (Garimpeiros), “Porto”, Portugal, 1910; “O pequeno lavrador” (Bahia, 1909), livro de leitura escolar e de tema agrícola, sob a forma romanceada, mostrando o amor à terra. Atuou como jornalista, escritor, professor, juiz de direito, astrônomo, poeta, músico e historiador. Nasceu em Grão Mogol, Minas Gerais, em 3 de abril de 1862. Faleceu em Salvador, em 30 de dezembro de 1911.

Andréa Fiamenghi

Andréa Fiamenghi nasceu em São Paulo, mas vive na Bahia desde 1982. Iniciou na fotografia influenciada pela obra de Pierre Verger, depois desenvolveu técnicas e pesquisas com a amizade e convivência com Mario Cravo Neto, passando pelos estudos em cursos com Walter Firmo e Marcelo Reis. Possui exposições coletivas e individuais desde 2003.

Valéria Simões

Valéria Simões iniciou sua trajetória como fotógrafa nos anos 1990, reunindo exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior.