Descrição
“Canta a terra em que nasceste”, diz a frase bíblica que abre o livro, origem da construção dos textos através de uma interiorização do cotidiano, em colagens, apropriações, citações, nomes, logradouros, realidade memória, história invenção, prosa poesia, apenas como símbolos na busca do retrato diante de um espelho partido. Um lugar outros tem como personagem a cidade da Bahia, não um espaço realista, mas um lugar visto conforme a epígrafe de Murilo Mendes – “mundo público eu te conservo pela poesia pessoal”.
Palavras velam ou revelam o dito e o escrito, e Claudius Portugal, por meio de fragmentos, estabelece não o real sobre cada espaço, já que os textos em sua estrutura e sua linguagem pode se ver/ter muito de uma cidade, mas muitas outras cidades não estarão aí.
Um lugar outros congrega em si o hoje e o imaginário, recusa e aceita acontecimentos, unindo à expressão verbal uma visualidade gráfica, horas diáfanas horas obscuras, construção e desconstrução, compondo um jogo de narrativa por sua sequência e de busca poética em sua linguagem, e destas combinações o mistério de que nesta Bahia “tanta miséria caiba em tanta beleza”.
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