Caixa Postal

R$40,00

de Claudius Portugal

Formato: 20 x 30 cm
Páginas: 48
ISBN: 978-85-8325-061-6
Peso: 280 g
Ano: 2019

Assinados e numerados, com tiragem de 150 exemplares, em edição limitada e exclusiva, Caixa Postal é um álbum de pinturas de Vanessa Girardi, artista multimeios, e textos de Claudius Portugal, percorrendo 48 páginas, no formato 20x30cm, tendo como motivo o ritmo e a visualidade da construção, desconstrução, e consequências do cotidiano de uma relação amorosa.

UM TEXTO SOBRE RELAÇÕES AMOROSAS

“Caixa Postal foi escrito a partir do trânsito que existe nas relações afetivas”, diz Claudius Portugal. “Com isto percorre vivências e consequências. É uma memória do agora. Um cotidiano através dos sentimentos. Resumiria que ele não traz textos sobre o que olho, mas sobre o que vejo”.

Para o autor dos textos, “o ato da escrita é minha forma de ler a vida. O atalho para viver. Mas o ato da escrita não é nem pode ser tão somente, como pode parecer, uma atividade racional. Ele vai além de estudo, conhecimento técnico. Contém a criatividade, invenção, intuição, fantasia. Sem isto nada feito. Como também nada feito sem o enfrentamento que tem origem no nosso repertório. Este difere radicalmente de uma para outra pessoa. Para dizer sobre meu ato da escrita fecho com esta frase: ‘Há sempre alguma loucura no amor. Mas há um pouco de razão na loucura’”.

E prossegue: “O que é que unem estes dois caminhos para que sigam juntos na escrita? Reproduzo outra frase: ‘A paixão é o único vínculo que temos com a verdade’. Mas qual verdade? A minha ou as daqueles que ao lerem entendem ou não entendem o que está escrito. Não entender é também uma forma de leitura. O texto é e será sempre o que alguém lê. Um texto é para ser finalizado pelo leitor. Ele é parte integrante da criação. Sem isso fica incompleto. E cada um finaliza à sua maneira e ao seu jeito. Não importam as qualidades literárias que o texto possa ter. Interessa as reações que suas interpretações causam. Não há certo ou não certo nas correspondências que o leitor faz”.

Finaliza dizendo: “No mais, um escritor trabalha pelo avesso. Lida apenas com a linguagem. Trafegar por arestas e pontos cegos. Rodeado de palavras. E esta linguagem exprime tanto pelo que está entre as palavras quanto pelas palavras. Tanto pelo que não diz quanto pelo que diz. E nela há lugar para o convencional e a desrepressão deste, as certezas e as suas eliminações. A escrita tem de ser descoberta”.

AS PINTURAS DE VANESSA

“Ao criar as pinturas do Caixa Postal me vi diante de uma experiência nova. É minha primeira publicação, diz Vanessa. Além das pinturas, fiz toda a editoração, o que levou a um enorme aprendizado. E quando aprendo bastante é sempre um prazer. A mobilização para realizá-lo foi processual. As primeiras leituras, mais superficiais, geraram resultados igualmente superficiais. Depois a leitura se aprofundando e disto as pinturas acompanhando. Se tornaram em imagens que foram se metamorfoseando ao longo do processo, que durou, segundo meus cálculos, nove meses. Foi mesmo uma gestação: algo antes indistinto, genérico, que foi crescendo e ganhando contornos definidos, personalidade”.

Para Vanessa, na sua criação não houve exatamente uma opção. “As imagens foram surgindo da minha leitura dos poemas. Fora isto, a poesia tem uma relação muito direta com a imagem. Acho que uma consequência seria acabar por ilustrar estas imagens e reduzir a experiência de quem lê, ao conduzir a interpretação. Tive que resistir a essa tentação. Não são ilustrações, mas pinturas que cercam as palavras. Algumas pinturas do álbum são mais figurativas, mais reconhecíveis, mas os recortes abrem caminho para a imaginação atuar, potencializando a poesia, e dando espaço ao leitor para completar o sentido do que lê e vê com sua própria subjetividade”.

Quanto ao método de trabalho escolhi “para efetivar as pinturas o nanquim, pois ele tem certa hibridez, pode ser usado para pintar, diluído em água, o que lhe dá uma estética próxima da aquarela, ou o nanquim concentrado variando tons e texturas com o pincel seco. Mas também pode ser usado na caneta, para desenhar. Gosto desta versatilidade do nanquim. E estas pinturas necessitavam de detalhes. Sempre gostei de detalhes. Quando comecei a experimentar a fotografia, meu interesse maior era o de capturar o que estava bem próximo, a imagem dentro da imagem. Virou um hábito, um aspecto recorrente em meus trabalhos: os detalhes. Então decidi fazer assim com o livro: fiz as pinturas em papel e digitalizei, transportei para o computador em uma resolução alta. Assim pude ver as pinturas bem de perto e fazer recortes, close-ups. O resultado, impresso no livro, na verdade são pequenos pedaços das pinturas originais”.

“Estou no início de minha jornada artística, que comecei oficialmente em 2013, ao entrar na Escola de Belas Artes. Neste sentido, este álbum é uma oportunidade de divulgar meu trabalho. Também é uma responsabilidade grande: trabalhar com um escritor experiente, inserido na cena das artes visuais e que colaborou com artistas consagrados. Além disso, tecnicamente, o álbum representa um novo suporte, uma nova trilha neste percurso. Apesar de ter uma relação muito forte com os livros, de ter um repertório visual muito baseado na imaginação literária, até então estive na posição de leitora. Agora sou coautora, comparsa. Quem sabe o que vem por aí?”.

A Coleção Comparsas tem como objetivo principal reunir imagens das artes visuais às palavras de textos literários, colocando lado a lado um autor de cada segmento, não como ilustração, e sim um trabalho conjunto, de cumplicidade. Foi inaugurada em janeiro de 2011 com três álbuns. “Em teu nome”, desenhos de Bel Borba; “Fluxo”, pinturas de Sérgio Rabinovitz, “Só danço samba”, fotografias de Valéria Simões, prosseguindo em 2012 com “Paredes planas” fotografias de Andréa Fiamenghi, e 2014, “Registro civil”, desenhos de Luiz Humberto de Carvalho, todos com textos de Claudius Portugal.

 

Claudius Portugal

Claudius Portugal é baiano de Salvador (1951). Publicou os livros: “Carta à família”, “Em mãos”, “Olho de gato”, “Notas bandalhas”, “WXYZ”, “Negro azul”, “Duende”, “Águas”, “Texto táctil”, “Um lugar outros” e “Margesàmargem”. É também autor de livros sobre artes visuais.

Descrição

Assinados e numerados, com tiragem de 150 exemplares, em edição limitada e exclusiva, Caixa Postal é um álbum de pinturas de Vanessa Girardi, artista multimeios, e textos de Claudius Portugal, percorrendo 48 páginas, no formato 20x30cm, tendo como motivo o ritmo e a visualidade da construção, desconstrução, e consequências do cotidiano de uma relação amorosa.

UM TEXTO SOBRE RELAÇÕES AMOROSAS

“Caixa Postal foi escrito a partir do trânsito que existe nas relações afetivas”, diz Claudius Portugal. “Com isto percorre vivências e consequências. É uma memória do agora. Um cotidiano através dos sentimentos. Resumiria que ele não traz textos sobre o que olho, mas sobre o que vejo”.

Para o autor dos textos, “o ato da escrita é minha forma de ler a vida. O atalho para viver. Mas o ato da escrita não é nem pode ser tão somente, como pode parecer, uma atividade racional. Ele vai além de estudo, conhecimento técnico. Contém a criatividade, invenção, intuição, fantasia. Sem isto nada feito. Como também nada feito sem o enfrentamento que tem origem no nosso repertório. Este difere radicalmente de uma para outra pessoa. Para dizer sobre meu ato da escrita fecho com esta frase: ‘Há sempre alguma loucura no amor. Mas há um pouco de razão na loucura’”.

E prossegue: “O que é que unem estes dois caminhos para que sigam juntos na escrita? Reproduzo outra frase: ‘A paixão é o único vínculo que temos com a verdade’. Mas qual verdade? A minha ou as daqueles que ao lerem entendem ou não entendem o que está escrito. Não entender é também uma forma de leitura. O texto é e será sempre o que alguém lê. Um texto é para ser finalizado pelo leitor. Ele é parte integrante da criação. Sem isso fica incompleto. E cada um finaliza à sua maneira e ao seu jeito. Não importam as qualidades literárias que o texto possa ter. Interessa as reações que suas interpretações causam. Não há certo ou não certo nas correspondências que o leitor faz”.

Finaliza dizendo: “No mais, um escritor trabalha pelo avesso. Lida apenas com a linguagem. Trafegar por arestas e pontos cegos. Rodeado de palavras. E esta linguagem exprime tanto pelo que está entre as palavras quanto pelas palavras. Tanto pelo que não diz quanto pelo que diz. E nela há lugar para o convencional e a desrepressão deste, as certezas e as suas eliminações. A escrita tem de ser descoberta”.

AS PINTURAS DE VANESSA

“Ao criar as pinturas do Caixa Postal me vi diante de uma experiência nova. É minha primeira publicação, diz Vanessa. Além das pinturas, fiz toda a editoração, o que levou a um enorme aprendizado. E quando aprendo bastante é sempre um prazer. A mobilização para realizá-lo foi processual. As primeiras leituras, mais superficiais, geraram resultados igualmente superficiais. Depois a leitura se aprofundando e disto as pinturas acompanhando. Se tornaram em imagens que foram se metamorfoseando ao longo do processo, que durou, segundo meus cálculos, nove meses. Foi mesmo uma gestação: algo antes indistinto, genérico, que foi crescendo e ganhando contornos definidos, personalidade”.

Para Vanessa, na sua criação não houve exatamente uma opção. “As imagens foram surgindo da minha leitura dos poemas. Fora isto, a poesia tem uma relação muito direta com a imagem. Acho que uma consequência seria acabar por ilustrar estas imagens e reduzir a experiência de quem lê, ao conduzir a interpretação. Tive que resistir a essa tentação. Não são ilustrações, mas pinturas que cercam as palavras. Algumas pinturas do álbum são mais figurativas, mais reconhecíveis, mas os recortes abrem caminho para a imaginação atuar, potencializando a poesia, e dando espaço ao leitor para completar o sentido do que lê e vê com sua própria subjetividade”.

Quanto ao método de trabalho escolhi “para efetivar as pinturas o nanquim, pois ele tem certa hibridez, pode ser usado para pintar, diluído em água, o que lhe dá uma estética próxima da aquarela, ou o nanquim concentrado variando tons e texturas com o pincel seco. Mas também pode ser usado na caneta, para desenhar. Gosto desta versatilidade do nanquim. E estas pinturas necessitavam de detalhes. Sempre gostei de detalhes. Quando comecei a experimentar a fotografia, meu interesse maior era o de capturar o que estava bem próximo, a imagem dentro da imagem. Virou um hábito, um aspecto recorrente em meus trabalhos: os detalhes. Então decidi fazer assim com o livro: fiz as pinturas em papel e digitalizei, transportei para o computador em uma resolução alta. Assim pude ver as pinturas bem de perto e fazer recortes, close-ups. O resultado, impresso no livro, na verdade são pequenos pedaços das pinturas originais”.

“Estou no início de minha jornada artística, que comecei oficialmente em 2013, ao entrar na Escola de Belas Artes. Neste sentido, este álbum é uma oportunidade de divulgar meu trabalho. Também é uma responsabilidade grande: trabalhar com um escritor experiente, inserido na cena das artes visuais e que colaborou com artistas consagrados. Além disso, tecnicamente, o álbum representa um novo suporte, uma nova trilha neste percurso. Apesar de ter uma relação muito forte com os livros, de ter um repertório visual muito baseado na imaginação literária, até então estive na posição de leitora. Agora sou coautora, comparsa. Quem sabe o que vem por aí?”.

A Coleção Comparsas tem como objetivo principal reunir imagens das artes visuais às palavras de textos literários, colocando lado a lado um autor de cada segmento, não como ilustração, e sim um trabalho conjunto, de cumplicidade. Foi inaugurada em janeiro de 2011 com três álbuns. “Em teu nome”, desenhos de Bel Borba; “Fluxo”, pinturas de Sérgio Rabinovitz, “Só danço samba”, fotografias de Valéria Simões, prosseguindo em 2012 com “Paredes planas” fotografias de Andréa Fiamenghi, e 2014, “Registro civil”, desenhos de Luiz Humberto de Carvalho, todos com textos de Claudius Portugal.

 

Informação adicional

Peso 0.280 kg
Dimensões 30 × 20 cm

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